quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

42 anos sem Lennon




Quando nasci (1983), John Lennon já havia morrido há quase três anos, e a onipresença e onipotência dos Beatles me acompanham desde muito cedo. Primeiro, por vir de uma família musical, com pai, tio, irmãos e primos músicos. Naturalmente, todos beatlemaníacos. Segundo, pela atmosfera que envolve os fab four, sempre repleta de mistério, teorias da conspiração, e todo um universo que vai muito além da música, dos discos, das personalidades individuais de cada músico.

A relevância dos Beatles pra mim sempre esteve ligada à figura de Lennon. Embora meu beatle preferido sempre tenha sido George, sempre foi através de John que identificava assinaturas muito peculiares do quarteto. Sempre associei a sonoridade dos Beatles (em suas diversas fases) à rebeldia de John, à sua porralouquice, ao seu senso crítico, à voz anasalada, à ironia fina e sempre contestadora e sua eterna luta contra a caretice, contra o bom-mocismo e à idolatria pop de sua própria imagem, tanto que se torna uma figura reclusa em meados dos anos 70 até o fatídico dezembro de 1980. 

Pouquíssimos artistas pop encarnaram tão bem grandes elementos paradoxais, sendo isso tão comum em artistas geniais, como o fez John. Lennon cantou suas paixões, neuras, crises existenciais, viagens de ácido e bad trips em canções geniais como I am the walrus, Dear Prudence e a genial A day in the life. Dificílimo elencar um paideuma com canções dos Beatles. 

Nesse dia em que se completam 42 anos do assassinato brutal do possivelmente maior ícone pop do século XX, me pego pensando que em fevereiro de 2023 completarei 40 anos de idade, a idade que Lennon tinha quando morreu. Estranho demais ver a passagem do tempo como se risse de nosso desespero. 

Às vésperas de completar 40 anos, penso que não cheguei a dois terços de realizações de John quando tinha minha idade. Enfim, digno de mestre no melhor sentido da palavra, o legado de Lennon, depois de 42 anos de sua morte e de 52 anos do fim dos Beatles, só aumenta. Como cantou John (na possivelmente mais linda canção de todos os tempos), "I read the news today, oh boy! About a lucky man who made the grade"...

ESTRELA DIFUSA

  O tempo é o fator que talvez possa explicar melhor algumas coisas que simplesmente não escolhemos; ou melhor, insistimos em dizer que não ...